A agroecologia é política. São várias as formas de participação em que as populações urbanas e rurais podem influenciar as políticas públicas relacionadas à agroecologia e apoiar mudanças institucionais e até mesmo na cultura. Uma maneira é por meio da representação de organizações, como a ONG CEPAGRO, em fóruns de debate público sobre o uso de agrotóxicos ou em conselhos de segurança alimentar e nutricional. Em outros casos, mandatos políticos inteiros podem ser organizados sob a bandeira da agroecologia, como é o caso do vereador de Florianópolis (SC, Brasil) Marcos (“Marquito”) José de Abreu.
Espaços de representatividade
Por que ocupar espaços políticos?
Marquito é vereador de Florianópolis (SC, Brasil). É mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi membro do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (CEPAGRO) e um dos fundadores da Revolução de Baldinhos. Ele chama a atenção para a necessidade de “ocupar” os espaços onde as políticas públicas são formuladas.
Mudanças Políticas em Florianópolis
Eduardo Rocha é Diretor-Presidente do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo CEPAGRO, e representa a organização no Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Florianópolis. Ele fala sobre a força das coletividades em pautar a agenda pública e os resultados disto em Florianópolis (SC, Brasil).
Uma luta à margem das prioridades institucionais
Altamiro Matos Filho é engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), empresa de extensão rural estatal. Ele discute a necessidade de reafirmar constantemente a necessidade de programas agroecológicos estaduais, apesar de sua marginalidade.
A Política Cotidiana
A Incidência Política acontece também fora dos espaços de representatividade social e das instituições formais por meio da sensibilização das pessoas, seja no espaço urbano ou rural surge uma cultura de agroecologia. A agroecologia é um modo de vida, e viver agroecologicamente fornece muitas maneiras de eleger um sistema alimentar diferente. Pessoas do movimento defendem um sistema alimentar agroecológico: Comprando alimentos por meio das Células Consumidoras Responsáveis, participando de redes como a Rede de Agroecologia Ecovida, criando espaços físicos urbanos como hortas urbanas, por meio de iniciativas educacionais e em eventos, como o Festival da Colheita Agroecológica do Arroz.
A necessidade de mudar os valores institucionais
Os depoimentos nos vídeos compartilham algumas reflexões que mostram por que a sociedade civil precisa participar de todas as fases da implementação das políticas públicas, desde a representação em conselhos e fóruns até as câmaras legislativas. No vídeo a seguir, um técnico da Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (EPAGRI) relata as prioridades do setor público na cadeia produtiva de alimentos. Esse depoimento reforça ainda mais a importância do ativismo político no Movimento Agroecológico.
O Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo é uma organização que consegue estabelecer conexões entre campo, cidade e a comunidade acadêmica.